Todos nós conhecemos alguém que tem uma história de superação. Assim como os integrantes do elenco do Levanta Cabeça 2010, várias pessoas vencem diariamente obstáculos e, com determinação, seguem em frente. Com a proposta de discutir a diversidade, trazemos abaixo a história de Bob- X, um rapper negro, morador da Baixada Fluminense, que conquistou admiradores e, mesmo diante de muita dificuldade, vem de uma trajetória de muito trabalho e dignidade.
“Erga a Cabeça”
Sempre mantive minha cabeça erguida. Passei por inúmeras provações, mas saber que você é o orgulho de alguém sempre me deu forças pra continuar.
Tive uma infância muito boa. Adorava estudar, principalmente história, literatura e poesia. Como todo jovem, sonhei um dia em ser jogador de futebol, mas a música falou mais alto.
Quando se vem de família humilde tudo é mais difícil, mas quando conquistado, tem mais valor. Assim segui. Um menino pobre e negro na Baixada Fluminense, não aceitando o que tinha de ruim ao meu redor. É muito fácil dar errado tendo exemplos tão próximos de você, eu não queria isso pra mim.
Eu, um jovem muito ligado à família, tendo uma mãe muito jovem e guerreira e uma figura paterna que me ensinou o significado de ser um homem de palavra e caráter. Mesmo não sendo o pai biológico, ele me criou como se fosse, me amando e registrando como seu filho.
Desde os 14 anos já gostava muito de escrever e isso foi só aumentado com o passar do tempo, tanto que, aos 16 anos, participei de um concurso de poesia entre as escolas públicas da minha cidade, ficando em segundo lugar. Isso me deixou muito feliz e com muita confiança em mim.
Chegando aos meus 17 anos, tive minha primeira grande perda. Meu pai teve um AVC e veio a falecer em casa e, pior, bem nos meus braços. Isso me abalou muito. Foi aí que entrou com força na minha vida o hip hop, com a vontade de me expressar mais e melhor. Conheci um genial MC chamado Slow. De cara nos tornamos grandes amigos até pela proximidade de onde morávamos.
Saindo das rimas de brincadeira nas esquinas com os amigos, tomei coragem e gravei meu primeiro som, daí não parei mais. A cada dia ganhando amigos e admiradores dentro do hip hop pela forma que eu fazia minha música e foi assim que, em 2006, saiu meu primeiro álbum, chamado “Rimaginação”, com 14 faixas e várias participações como Slow, O Bando, Rodrigo RG, DMA, Big-B, TM Clã, entre outros. Logo fui apontado como revelação do rap da Baixada Fluminense. Não parei, fui o primeiro MC da Baixada a participar internacionalmente de uma canção chamada “Impatient”, do álbum do rapper Skahlah, de Nova York. No Brasil, participei de diversos álbuns como o do DMA, Família Kaponny, K-bide, Tonny Boss, TM Clã, quando concorri ao Prêmio Hutuz como melhor canção demo masculina, chamada “Negro”, entre outros .
Quando eu me preparava para lançar um novo CD, vieram as maiores perdas da minha vida. Depois de ter vencido uma infância muito pobre e não cair no crime nem nas drogas, minha avó veio a falecer no dia 14/03/09 e isso também me abalou profundamente. Exatos trinta dias depois, minha mãe faleceu vítima de câncer, aos 44 anos. Tive apoio da família e amigos para sair da depressão.
Admito que é muito difícil entender ou até mesmo aceitar, mas quando parece que não temos forças pra continuar é que levantamos a cabeça. Eu achei, sim, que poderia dar a volta por cima! Foi quando tive o convite de uma produtora chamada “Repprodutora” para agenciar meu trabalho e lançar um novo CD, agora para o final de 2010, chamado “Império”, com 21 faixas. Acredito que é a forma de erguer a cabeça e mostrar que podemos ter problemas e adversidades, mas nunca nos dar por vencidos!
O importante não é quantas vezes você cai na vida, e sim quantas vezes você se levanta.
BOB-X
Rapper
Adorei conhecer a história do rapper BOB-X, irei utilizar esse texto, em sala de aula, com os meu alunos.
ResponderExcluirEsse é o meu mano Bob-X representando a Baixada!
ResponderExcluirO pouco que conheço dessa cara sei q se trata de uma pessoa especial q a qualquer momento ira brilhar pois superou dificuldades e ta de volta na cena força meu mano !
ResponderExcluirNego zu